O regresso aos campos - Reclaim the fields




Em Rosia Montana, na Roménia, realizou-se  mais um acampamento internacional do movimento Reclaim the Fields no passado mês de Setembro.  Rosia Montana é uma aldeia nas Montanhas Apuseni onde as pessoas lutam neste momento pelo direito à terra.O movimento juntou-se ao protesto contra a reabertura exploração de uma mina de ouro a céu aberto, a maior da Europa, por uma empresa canadiana. A extração do ouro em Rosia Montana será feita à custa de expropriações, deslocação de pessoas, destruição de solos e sua contaminação, que fazem parte de zonas protegidas na Roménia, está a ser fortemente contestada. Graças a esta notícia fiquei a conhecer o movimento Reclaim the fields. Numa altura em que em Portugal tanto se discute a reativação da agricultura e das pescas, achei oportuno divulgá-lo, até porque colhe a minha simpatia. Eu descendo de gente que trabalhou nos campos. A minha experiência aí resume-se à participação numa vindima. Muitas pessoas desejam ter uma vida mais verde, de maior contacto com a Natureza, mas isso é cada vez mais complexo. A minha mãe diz muitas vezes que a fruta do supermercado não sabe à fruta que tinha na mesa quando era criança ou mesmo jovem. Acredito que não é uma memória dourada da infância, penso que efectivamente muito se perdeu com o cultivo massificado. Só através da adopção de uma atitude mais informada e crítica em relação às opções disponíveis será possível mudar e salvaguardar o planeta para futuro.

O projecto Reclaim the Fields é um movimento de um grupo de camponeses, camponeses sem terra e potenciais camponeses, e pessoas que querem reaver o controlo sobre a produção de alimentos. É para todos quantos tiverem o sonho de se tornarem camponeses, jardineiros urbanos, pescadores, apicultores ou activistas ambientais. Entendem por camponeses as pessoas que produzem alimentos em pequena escala, para si ou para a comunidade, vendendo uma parte dela, incluindo os trabalhadores agrícolas. Encorajam as pessoas a permanecer na terra ou até a retornar ao campo, difundem formas alternativas de vida. O que pretendem é colocar a teoria em prática e fazer a ponte entre a ação prática local com as lutas políticas globais. Dizem que estão determinados a criar alternativas ao capitalismo através da cooperativa, movimentos comunitários, colectivos, focados na produção em pequena escala. Desejam desmantelar o movimento capitalista de produção de alimentos discutindo activamente questões do acesso à terra, à agricultura coletiva, os direitos de sementes e troca de sementes . “Queremos compartilhar o conhecimento ea experiência de anos de luta e de vida dos camponeses e enriquecê-la com as perspectivas e força daqueles de nós que não são camponeses, ou ainda não camponeses. Nós todos sofremos as conseqüências das mesmas políticas, e são todos parte da mesma luta.”



O movimento Reclaim the fields começou em 2007 aquando da mobilização anti G8 em Rostock, na Alemanha. Apareceram 80 pessoas numa assembleia para debater o acesso à terra e à agricultura. Em causa estavam os obstáculos com que aqueles que desejavam criar uma quinta se debatiam. A partir daí alguns membros decidiram criar um movimento jovem dentro a ECVC - European Coordination Vía Campesina (ECVC). 


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